Baby Drive Em Ritmo de Fuga | Crítica

Por: André Alves
Em breves palavras, Baby Drive é uma aula de edição rítmica em que o único objetivo de seu diretor/roteirista é a pura e prazerosa diversão para o telespectador. Sim, vou chamar o filme de Baby Drive, pois me recuso a afirmar que o filme se chame, por aqui, de "Em Ritmo de Fuga", o que talvez seja a minha maior crítica para esta nova obra cinematográfica que está fadada a ser um novo clássico.

O filme é dirigido pelo diretor britânico Edgar Wright, que tem em seu currículo a famosa Trilogia do Sangue e Sorvete ou como foi carinhosamente apelidada a Trilogia do Corneto que conta com os filmes "Shaun of the Dead" (2004), "Hot Fuzz" (2007) e "The World´s End" (2013), além de dirigir e escrever o excelente "Scott Pilgrim vs The World" (2010), obra em que ele dá uma aula de trilha sonora e edição.
Em Baby Drive, acompanhamos a história do jovem Baby (Ansel Elgort), um talentoso motorista de fuga que trabalha a contragosto para pagar uma dívida, contraída em diversos roubos, para um chefão do crime interpretado por Kevin Spacey. O roteiro parece ser simples (e é!), o que impressiona é o charme e a sincronia com que o diretor conduz a trama e seus personagens, que em uma primeira visão chegam a ser caricatos demais, porém, a sincronia que é imposta pelo diretor usando com maestria a música em cada frame do filme e cada corte feito com capricho e sutileza entregam um filme extremamente divertido para seu público.
Até quando o diretor erra (no meu ponto de vista), durante o segundo ato e a rápida desconstrução de personagem à la Quentin Tarantino, o filme se mantém divertido e sincronizado, mesmo passeando entre ação, romance e, pasmem, slasher movies. Ressaltando que Edgar Wright é amigo pessoal do Tarantino, o que não surpreende dadas as referências e tons "Tarantinescos" no filme.

No elenco, além de Ansel Elgort como Baby, que convence com carisma, sutileza e elegância, temos também Kevin Spacey como Doc que está na medida, sem exageros, com tons de referência e não cópia de Frank Underwood. Temos Jamie Foxx fora da caixa para interpretar Bats, um vilão necessário para o roteiro e ao meu ver bem executado, Jon Hamm como Buddy, o galante e implacável criminoso e sua companheira Eiza González como Darling que constroem uma química muito boa para essa trupe excêntrica e violenta que orbita a vida do protagonista. 

Baby encontra em Debora (Lily James) um contraponto romântico para toda a loucura que é sua vida. É difícil reclamar da direção e seu elenco, que brilham até mesmo nas pequenas aparições como no caso dos personagem Griff (Jon Bernthal) e Eddie (Flea, sim o baixista do Red Hot Chilli Peppers) que ao entrarem em cena proporcionam boas risadas.

Talvez o grande protagonista de Baby Drive não seja o próprio Baby e sim as músicas que conduzem o filme, que são diversas e carinhosamente selecionadas para fazer o telespectador no mínimo contar o tempo dos compassos com os pés.

Um ótimo filme, cheio de referência a cultura pop, principalmente aos filmes e televisão norte americana que sem sombra de dúvida despertará a vontade de assisti-lo mais que uma vez.

Nota: 9.5/10

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